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Estamos online desde 2013, entregando resenhas, fazendo recomendações, postando artigos críticos. Contudo, para esse blog ficar completo, sempre achamos fundamento criar espaço para o pessoal que constrói esse mercado contar também suas Verdades.
Nossa intenção é que uma vez por mês tenhamos uma entrevista por aqui de pessoas envolvidas com o mercado. Então, se você é do mercado e tem algo a falar, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco e ser ouvido por mais de 1.000 leitores semanais. Basta enviar um email para verdadeimovel@gmail.com .
Sendo assim, convidamos todos a dar uma lida nesse bata-papo superinteressante que tivemos com o Fábio Memória, diretor da Pixel (que recentemente teve seu empreendimento Meet Botafogo resenhado por aqui).
Nessa entrevista por email, Fábio falou conosco sobre a Pixel, suas expectativas para 2019, sobre o novo código de obras... e obviamente aproveitou para fazer um jabá do Meet. Vale dar uma conferida.
VERDADE IMÓVEL: Antes de tudo, gostaria de
agradecer sua colaboração e paciência. Por favor, fala um pouquinho para a gente sobre você?
FÁBIO MEMÓRIA: Agradeço também a oportunidade. Sou arquiteto. Trabalhava em grandes escritórios
que trabalhavam para o mercado imobiliário. O mercado imobiliário é um dos
principais agentes transformadores das cidades. São peças importantes que
conformam nosso tecido urbano e me incomodava muito a pouca qualidade média dos
projetos. Comecei a perceber que existiam incorporadoras surgindo no resto do
Brasil, especialmente em São Paulo, que tinham uma pegada mais qualificada do
ponto de vista arquitetônico e urbanístico e reparei que esse poder transformador
estava nas mãos das incorporadoras e não dos escritórios de arquitetura.
Procurei me capacitar, fiz MBA de negócios imobiliários, pós em finanças e
migrei para a área de negócios do mercado. Trabalhei em 3 incorporadoras e
absorvi boa experiência em negociação e aquisição de terrenos, antes de assumir
a direção da Pixel.
VI: Estamos curiosos, conta para
gente como conheceu o blog?
FM: Foi no Instagram. Vi uma postagem de vocês sobre o
MEET, nosso lançamento, que costumo monitorar.
VI: Como avalia o trabalho que
estamos realizando por aqui?
FM: Achei muito interessante a forma crítica que
abordam os projetos e entendo como sendo uma coisa muito positiva existir um
agente crítico, tanto para os clientes quanto para os incorporadores começarem
a ter mais atenção à qualidade dos produtos. Vocês conseguem abordar os 3
pontos fundamentais de um produto imobiliários: ponto, produto e preço e acho
isso muito valioso.
VI: Conta para gente sobre a Pixel,
que é uma empresa nova no mercado... O que vocês estão imaginando para esse ano
na Pixel?
FM: A Pixel é uma marca nova, mas que possui um
background de profissionais com mais de 20 anos no mercado imobiliário carioca.
Os sócios da Pixel já entregaram mais de 9 mil unidades, mas sempre em parceria
com grandes incorporadoras como majoritárias na sociedade e sempre pelo modelo
de incorporação por empreitada. Apesar de acumularmos muitos resultados
positivos nesse formato, durante o processo acabávamos perdendo o nosso DNA nos
produtos, que preza pela qualidade da arquitetura e design, sempre tentando
trazer algo novo para o produto. Em 2017, vimos uma oportunidade no mercado com
a saída de grandes players, de trazer uma marca nova, com o posicionamento que
acreditamos. A Pixel acredita que através de uma boa arquitetura e design é
possível não só transformar para melhor a vida das pessoas que vão viver em
nossos empreendimentos, mas também do seu entorno. Bons projetos criam
referências, geram padrões, criam novos patamares e isso influencia muito o
resultado do espaço urbano.
VI: E no mercado? Acha que 2019 será
um ano melhor?
FM: Acredito que sim. Não será o mesmo patamar que
estávamos rodando antes da crise, mas uma recuperação já é perceptível.
Primeiro nos resultados dos últimos lançamentos, mas também pelo aumento na
prospecção de novos negócios que sentimos ter aumentado junto aos parceiros e
concorrentes. Acho que teremos uma melhoria econômica que trará benefícios ao
mercado imobiliário como juros baixo e aumento de crédito a médio prazo.
Estamos otimistas principalmente para 2020/2021.
VI: A Pixel faz obras por
administração. Poderia nos falar a razão dessa opção?
FM: São diversos motivos, mas o principal é a
segurança que traz para ambas as partes, tanto para o incorporador quanto para
o adquirente, pois juridicamente ele fica muito mais forte, sendo o real dono
da operação. O modelo é muito vantajoso para quem
está capitalizado, que consegue adquirir apartamentos entre 20 e 30% mais
baratos do que por incorporação por empreitada. Fora isso,
acreditamos que é um nicho de mercado que tende a crescer com o potencial
aumento da renda que deve acontecer nos próximos anos, principalmente na Zona
Sul, onde estamos focando hoje nossa atuação.
VI: O Meet é um projeto muito
legal... Já fizemos uma resenha sobre ele aqui no blog. O que a gente poderia
ter dito e não dissemos?
FM: As coberturas em especial. No MEET invertemos a
lógica das plantas tradicionais de cobertura da zona sul, colocando área social
e cozinha no pavimento superior em contato com o terraço. Isso gerou espaços
bem mais amplos do que as plantas tradicionais e um estar super confortável em
contato com o lazer do apartamento. No andar de acesso fizemos sempre bons
halls de entrada, salas íntimas, copas e monta-carga. Valorizamos ainda a
escada com uma clarabóia no telhado que leva luz natural até o pavimento
inferior e com dimensões melhores do que as tradicionais.
Além da
fachada, que já elogiou, o design das áreas comuns também é muito diferenciado
do padrão de mercado. A Bel Lobo, que é uma arquiteta super conceituada, fez
pela primeira vez pro mercado imobiliário, e trouxe um conceito super diferente
pro PUC, colocando todos os espaços dentro de grandes caixas de madeira. Ficou
super diferente e lindo. Todos os interiores das áreas comuns tem a mesma
identidade de madeira nas paredes e teto.
Nossa ideia foi que a identidade do
edifício fosse única e não fossem espaços temáticos independentes. Isso cria um
clima de unidade ao empreendimento. São 800m² de
lazer para apenas 30 apartamentos, uma proporção raríssima e de se encontrar.
Vale ainda reparar que temos design nos corredores dos apartamentos, escada de
incêndio e até na garagem, tudo desenhado pela bel e remetendo ao design da
fachada que é da RAF. Chamamos isso de design integrado.
Nosso preço
também acho que ficou pouco destacado. A obra é por administração, então temos
um preço bem atrativo para quem está com dinheiro no bolso. Nossa média da tabela de lançamento está em R$ 11.280,00/m² .
E acho que vale recomendar para investidor. Fica a seu critério
analisar
(NOTA VI: continuamos
mantendo nossa nota 2/5 para investidor).
VI: Você acredita q o novo código de
obras recém-aprovado vai impactar muito no mercado? O que devemos esperar como
as principais mudanças?
FM: Sim. Já temos a percepção de um grande aumento de
volume de estudos acontecendo nesse novo formato. Acho
que num primeiro momento virão muitos produtos compactos, que não existiam
antes, como studios e quarto-sala. Essa demanda está reprimida há
muitos anos e os primeiros que saírem possuem muita chance de sucesso. Depois
dessa primeira leva, que deve durar um tempo razoável, os produtos devem se
normalizar e serem mais adaptados à vocação do ponto. Mesmo assim, a questão
das vagas de garagem devem estar sempre gerando produtos mais diversos, pois
cada vez menos os clientes possuem a demanda de vaga. Acho que isso é uma tendência irreversível e vai gerar
melhorias nos produtos e na cidade.
VI: Quais as principais dificuldades
desse mercado para quem está construindo?
FM: Falando especificamente sobre Rio de Janeiro a
principal eu diria que são as vendas. Primeiro porque após tamanha crise, não
tem tanta gente capitalizada. No Rio, especificamente, a economia ainda não
voltou a crescer e continuamos muito dependentes do óleo e gás e dos servidores
públicos. Isso reduz muito o número de compradores. Essa condição, somado à
violência pioraram ainda mais a situação levando à saída de grandes empresas e
de pessoas de renda alta na cidade, migrando para outros polos e até outros
países. Fora isso, agora de uma forma geral,
enfrentamos uma guinada grande no modelo de vendas convencional. As
imobiliárias ainda estão tentando se encontrar no novo perfil de busca do
comprador, muito através da internet e mídias digitais.
VI: por último, conta para gente o que
está no radar da Pixel para lançamento no curto prazo?
FM: Em 2019 já temos mais 2
lançamentos previstos para o primeiro semestre que totalizam quase R$ 300
milhões em VGV e estamos procurando
fechar pelo menos mais um para o segundo semestre. Estamos buscando áreas em
pontos estratégicos na zona sul em geral, que deve ser a região que vai puxar
a retomada.
Em 2019 o mercado imobiliário voltará aos lançamentos, então vale dar um conferida também em nosso Manual de Como Comprar Imóvel na Planta para não cair em surpresas.
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